Bruno Lage, técnico do Benfica, admitiu na sexta-feira estar preocupado com o arranque da temporada 2025/26, considerando o progresso da equipa no Mundial de Clubes e lamentando a necessidade de disputar as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões.
“Já pensei que, quanto mais avançarmos no Mundial de Clubes, mais complicado será o início da próxima época. Sim, isso está totalmente planeado, porque, independentemente do nosso percurso, estes jogadores precisam de dias de descanso, e todos nós também.”
Durante a conferência de imprensa antes do confronto dos oitavos de final do Mundial de Clubes contra o Chelsea, em Charlotte, Lage recordou que o Benfica está numa “competição exigente” e que a equipa tem “mantido as mesmas rotinas há 21 dias”, sublinhando a necessidade de “descanso físico e mental”.
“Será um enorme desafio”, afirmou, “pois os jogadores necessitarão de um mínimo de 10 a 14 dias de férias. Com esse planeamento, teremos apenas 17 ou 18 dias para preparar a Supertaça”, referindo-se ao primeiro jogo oficial de 2025/26, agendado para 1 de agosto.
Assim, o técnico benfiquista, que disputará a Supertaça por ser finalista vencido da Taça de Portugal, admitiu que o Sporting “beneficia de uma vantagem”, já que para o Benfica será “extremamente complicado competir durante os 90 minutos nesse jogo”.
Após o confronto com o Sporting, surge um obstáculo ainda mais significativo para o Benfica: as pré-eliminatórias para a Liga dos Campeões. O clube entrará na terceira pré-eliminatória, com a primeira mão prevista para 5 ou 6 de agosto e a segunda para o dia 12.
“Creio, e penso estar certo, que somos a única equipa europeia presente aqui que terá de disputar as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões”, destacou.
Esta situação decorre do ranking atual de Portugal nas competições europeias, que atribui à I Liga portuguesa apenas uma vaga direta na fase de grupos da Champions (destinada ao campeão, o Sporting), relegando o segundo classificado, o Benfica, para as pré-eliminatórias.
“Isto leva-nos a refletir sobre o nosso percurso ao longo dos anos”, lamentou Lage. “Enquanto em outros países o terceiro, quarto e quinto classificados acedem diretamente [à fase de grupos], o nosso vice-campeão tem de passar por duas pré-eliminatórias.”
Em seguida, mencionou a alegada “desunião” no futebol português, onde, segundo ele, “habitualmente, se celebram as eliminações das outras equipas nacionais”.
“Por vezes, há quem deseje que o adversário não chegue tão longe, e depois surgem estas consequências. Unidos, seríamos mais fortes. A participação nestas competições permite gerar receitas, contratar jogadores de maior qualidade e aumentar a competitividade”, sublinhou.
Benfica e Chelsea jogam hoje pela quarta vez na história, no segundo jogo dos oitavos de final do reformulado Mundial de Clubes. A partida está agendada para as 16:00 locais (21:00 em Lisboa) no Bank of America Stadium, em Charlotte, Estados Unidos.
