O ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, abordou as declarações do treinador, que admitiu a influência das eleições no desempenho dos jogadores.
ANTÓNIO COTRIM/LUSA
Luís Filipe Vieira manifestou a sua convicção de que José Mourinho será o responsável por resolver grande parte dos desafios que o Benfica enfrenta. Em declarações prestadas à CMTV, o antigo presidente encarnado, que se recandidata às eleições agendadas para outubro, desvalorizou a hipótese de o técnico ver o seu cargo em risco devido a eventuais maus resultados.
“Não conheço as condições contratuais de José Mourinho. Tenho a certeza de que a equipa vencerá o FC Porto, e a situação começará a melhorar. É fundamental conversar com ele para perceber o que sente e se está satisfeito com o plantel atual. Estar a sete pontos do FC Porto seria uma complicação, mas optemos por acreditar que ficaremos a apenas um ponto”, afirmou Vieira, referindo-se ao conhecido “Special One”.
O antigo dirigente garantiu que “como presidente do Benfica, nunca enfrentámos problemas financeiros”. Acrescentou ainda: “O atual presidente contratou-o e ele tem o meu total apoio. Se não fosse o período eleitoral, Bruno Lage teria permanecido no comando técnico. José Mourinho chegou, é um treinador de elite, e irá solucionar todos os problemas do Benfica.”
No seguimento das suas observações sobre Mourinho, Luís Filipe Vieira comentou as recentes declarações do treinador do Benfica, que admitiu publicamente que o processo eleitoral do clube estava a afetar o desempenho dos jogadores.
“As eleições têm decorrido de forma pacífica e não têm tido qualquer interferência no futebol. Não podemos atribuir a culpa dos maus resultados às eleições. Todos desejamos que o Benfica vença. Nunca presenciei um jogador sob pressão por causa do ato eleitoral”, sublinhou Vieira, evocando a sua experiência de mandatos anteriores em períodos de eleições.
“Nunca vi um treinador preocupado com as eleições do Benfica. Alguns até exerciam o seu direito de voto sem qualquer problema. O mesmo se aplicava a alguns jogadores, embora eu nunca lhes pedisse para votar. Uma das minhas decisões foi orientar os antigos jogadores para `não me apoiarem, não me enviarem nada, para fazerem o que quisessem e não falarem de mim`. Eles representam o património do Benfica”, concluiu.