O Sporting Club de Portugal prepara-se para o embate deste sábado contra o Famalicão, pela quinta jornada da I Liga, agendado para as 20h30. Em conferência de imprensa, o técnico Rui Borges não só antecipou o confronto, como também abordou temas quentes do mercado de transferências, incluindo a frustrada contratação de Jota Silva e a situação de St. Juste.
Créditos da imagem: RUI MINDERICO/LUSA
Rui Borges atualizou o estado físico de Diomande, Morita e Maxi Araújo, além de partilhar algumas das suas ideias táticas, que incluem a adaptação de jogadores a diferentes posições.
Declarações Completas de Rui Borges
O que espera do Famalicão
Sobre o Famalicão, Rui Borges antecipou um “grande jogo” contra uma equipa que “entrou bem no campeonato e ainda não sofreu golos”. Destacou a sua agressividade nos duelos e a tendência para cometer faltas. O técnico sublinhou o impressionante registo caseiro do adversário em 2025, com 10 jogos sem derrotas, o que “demonstra a qualidade deles”. Apesar da dificuldade, o Sporting “quer dar uma boa resposta, voltar às vitórias e mostrar o nosso caminho”.
Transferência falhada de Jota Silva e suposta falta de empenho da direção
Questionado sobre a falhada transferência de Jota Silva e um possível desinteresse da direção, Rui Borges defendeu que “o melhor do mercado foi conseguir manter toda a gente da nossa base”. Apontou a manutenção de jogadores chave como Pote, Inácio, Trincão e Zeno como o “maior desejo e mérito” da equipa técnica e estrutura. Relativamente a Jota Silva, o treinador confirmou que “a estrutura tentou trazer o Jota”, um jogador que “gostava muito”. Contudo, a negociação não se concretizou devido às “duas partes, a do Sporting e a do Nottingham”, e à “correria”. Expressou tristeza, “mais até pelo atleta, que conheço bem”, mas relativizou a situação: “Não há lacuna, o mais importante foi termos conseguido manter a base da equipa. Não está, paciência. Temos outras soluções. O Alison está a crescer e surgirão oportunidades para todos jogarem e darem o seu melhor”.
Situação de St. Juste na equipa B
Sobre a colocação de St. Juste na equipa B, Rui Borges referiu que “o presidente disse tudo”, e que a decisão foi “clara para mim também”. Explicou que o jogador “partia num 5.º lugar na posição” e, “por tudo o que ele é para o grupo, passava pela saída dele”. Garantiu que esta era uma situação “falada e bem identificada desde o final da época”, com “todos em sintonia”.
Questionado se St. Juste poderia regressar, o treinador foi direto: “O plantel é o que trabalha connosco”.
Relativamente à autoria da decisão sobre St. Juste, Borges reiterou que “foi uma decisão no seu todo, passa por toda a gente, toda a gente tem opinião e foi o que achámos melhor para o grupo”. Sobre o ambiente, afirmou: “Está bom”.
Impacto de Quenda e Ioannidis vindos do banco
Acerca da capacidade de Quenda e Ioannidis entrarem do banco e fazerem a diferença, Rui Borges elogiou: “Trouxeram mais qualidade ao grupo, eles estão preparados para jogar”. Reconheceu a dificuldade de escolher apenas 11: “Só posso meter 11, custa muito às vezes, mas tenho de tomar decisões, estou cá para isso. Tudo tem uma estratégia de jogo”. Concluiu que ambos “são dois grandes jogadores, esperam a sua oportunidade e vão tê-la”, especialmente com a entrada num “ciclo de jogo”, e espera “que correspondam da melhor maneira quando as tiverem”.
Estado físico de Diomande, Morita e Maxi Araújo
Sobre Diomande e Morita, Borges confirmou: “Estão fora do jogo”. Quanto a Maxi Araújo, indicou: “Vamos analisar amanhã”.
Análise aos reforços dos `Três Grandes` e outras equipas
No que toca aos reforços dos `três grandes`, o treinador notou que “todos, de igual forma, melhoraram o seu coletivo”. Reiterou que “o nosso grande mérito foi manter a base da época passada, uma equipa bicampeã”, considerando-o o “maior desejo para o mercado”. Mencionou que “todas as equipas do campeonato português se tornaram mais competitivas, não só os grandes”, citando “Famalicão, Gil Vicente, Moreirense” como exemplos de equipas que “acrescentaram mais qualidade”, o que “melhora o nosso futebol”. Contudo, frisou: “Mas o que me preocupa é o meu plantel”.
Ioannidis como extremo e satisfação com o plantel
Questionado se Ioannidis poderia atuar como extremo, Rui Borges afirmou: “O Ioannidis vai dar muitas soluções e podem encaixar os dois pelas suas características. Vai acrescentar muita qualidade”. Sobre a necessidade de um extremo, minimizou: “Extremo? Tenho tanto, Maxi, Mangas… Meus amigos, esqueçam isso. No ano passado não tínhamos soluções e fomos campeões com os miúdos a jogar”. Reafirmou a sua satisfação com o grupo: “Estou contente com o plantel que tenho, gostava de ter contado com o Jota, mas estavam duas partes envolvidas, não controlámos tudo a 100 por cento. Mas não lamentamos nada, o maior mérito do mercado foi mantermos a base do plantel”.
Regresso de Nuno Santos e aposta na formação
Quanto ao regresso de Nuno Santos e a aproximação de jovens à equipa principal, Borges lamentou não poder contar com Nuno, descrevendo-o como “ranhoso, um ranhoso positivo”. Explicou a natureza da lesão, “que vive muito do dia a dia, pode avançar e retroceder”, e elogiou o jogador como “um guerreiro” e “uma inspiração” pela sua “capacidade de lutar contra as pedras do caminho”. Relativamente aos jovens, expressou grande confiança: “Acreditamos muito na equipa B, o início de época deles tem sido bom”, mencionando nomes como “José Silva, Bruno Ramos, Felicíssimo, Flávio, Lucas Anjo, Mauro, o Rodrigo… Acreditamos muito na qualidade individual que temos daquele lado”.
O jogo contra o Famalicão após a derrota com o FC Porto
Abordando o jogo contra o Famalicão após a derrota frente ao FC Porto, Rui Borges avaliou que “as exibições têm sido boas, com o FC Porto se calhar não tão boa como nas anteriores”, mas garantiu que o objetivo é “dar resposta depois de um jogo menos conseguido”. Enfatizou o desejo de “jogar, respeitando o adversário, que tem qualidade”. Concluiu que a equipa está “focada, ambiciosa”, com os jogadores “muito ligados” quando chegam ao jogo, e que “a ambição de voltarem a ser campeões é infinita”.