O Sporting desloca-se este sábado à ilha da Madeira para o embate com o Nacional, referente à terceira jornada da Primeira Liga. Em conferência de imprensa, o treinador Rui Borges abordou os desafios do jogo e a estratégia do clube no sempre dinâmico mercado de transferências.
Na sua análise pré-jogo, Rui Borges expressou as suas expectativas em relação ao confronto na Choupana, um palco que bem conhece. Além disso, o técnico leonino abordou abertamente as questões que envolvem o mercado de transferências, um tema sempre pertinente para os bicampeões nacionais.
O Desafio na Choupana: A Análise do Nacional
“Do onze base saíram cinco ou seis jogadores e estão à procura da melhor dinâmica. Apesar de tudo, são bastante difíceis em casa. Já estive lá e sei de antemão o que é jogar na Choupana. Será sempre difícil. Pelo aspeto climatérico, que não sabemos o que pode acontecer, pela humidade, pelo calor… É tentar estar preparados para isso. O que controlamos, temos de estar preparados. No ano passado, o Nacional foi a sexta ou sétima equipa com mais remates enquadrados. São muito objetivos, verticais e estão à procura do seu melhor momento. Vão estar supermotivados para defrontar um Sporting campeão. Só por isso, qualquer equipa estará motivada. Ligar isso ao estádio, à dificuldade de jogar na Choupana. Acredito que estaremos preparados.”
Rui Borges antecipa um duelo de elevada exigência na Choupana. O treinador destacou a dificuldade histórica de jogar no reduto madeirense, salientando que, apesar das mudanças no onze do Nacional, a equipa mantém uma postura intensa e objetiva em casa. Sublinhou ainda que fatores como o clima e a motivação extra do adversário, por defrontar o campeão, exigem uma preparação meticulosa por parte do Sporting.
Mercado de Transferências: Nomes e Estratégia do Sporting
Confrontado com os rumores do mercado, Rui Borges manteve a sua postura de cautela, mas não deixou de comentar as diferentes situações:
Conrad Harder: Uma Opção Válida no Plantel
“Está convocado para amanhã e é solução. Em relação ao querer ser titular, se for perguntar a todos, todos querem. É natural em qualquer jogador. Trabalha para jogar cada vez mais. Está convocado e é esperar para ver as decisões do treinador.”
O técnico confirmou a convocatória de Harder, sublinhando-o como uma solução para a equipa. Reconheceu a ambição natural de todos os jogadores em alcançar a titularidade, mas reforçou que a decisão final sobre as escolhas cabe sempre a si.
Ioannidis, Jota e Yeremay: Rumores e Prioridades
“Não tenho falado de jogadores do mercado. Depois, no fim, podemos falar do que quiserem. São três jogadores identificados. Ioannidis já está identificado há muito tempo aqui no Sporting. O Yeremay tem um potencial enorme. O Jota é alguém com quem trabalhei. É normal que se fale. O melhor momento para o fazer é no final do mercado, quando fechar.”
Sobre os nomes mais falados para reforçar o ataque – Ioannidis, Jota e Yeremay –, Rui Borges preferiu não se alongar, prometendo abordar o tema apenas no encerramento do mercado. Confirmou o interesse antigo em Ioannidis, elogiou o “potencial enorme” de Yeremay e a sua relação profissional prévia com Jota.
A Postura do Sporting: Sempre Precavidos
“Estamos a falar do Sporting, um clube grande. Tem departamentos muito capazes e está sempre preparado. Toda a estrutura… Estamos precavidos para qualquer saída, não só dos jogadores de que se fala. Estamos numa equipa grande. Fizemos uma belíssima época e é natural que se procure jogadores do Sporting. Temos de estar sempre preparados para a exigência do Sporting. Na semana passada disse que havia cláusulas. Se as baterem e o jogador quiser ir, não podemos fazer nada. Mas temos de estar sempre preparados para a exigência do mercado, antecipar as coisas.”
Rui Borges reiterou a capacidade do Sporting em gerir o mercado, garantindo que o clube está “precavido para qualquer saída”. Sublinhou que, pela dimensão do clube e pela excelente época anterior, é natural que os jogadores sejam cobiçados. A existência de cláusulas de rescisão significa que, caso sejam acionadas e o jogador pretenda sair, o clube terá de estar preparado para reagir e antecipar movimentos.
Foco no Presente: Harder e Catamo
“Estão convocados para amanhã, o resto tinha de perguntar ao Bernardo [Palmeiro]. O meu trabalho é treinar e mantê-los focados para o jogo com o Nacional. Trabalho num grande clube, aqui o dia-a-dia vai ser sempre falar de entradas e saídas. Se me focasse nisso, não treinava. Estão os dois na sua máxima força, à espera das escolhas do míster.”
Questionado sobre as especulações de saídas de Harder e Catamo, Rui Borges foi perentório: ambos estão concentrados no jogo. O treinador destacou que a sua função é focar-se no treino e na preparação da equipa, deixando as questões de mercado para os departamentos competentes. “Se me focasse nisso, não treinava,” afirmou.
Recuperação de Diomande e Maxi
“Espero que sim… Há vários jogadores que têm capacidade para dar resposta nesses esquemas de bolas paradas. O Pote, o Trincão, o Zeno… Dependendo da batida, dos momentos, da inspiração, que conta muito… Espaços do terreno. Tentamos controlar isso ao máximo, mas são grandes jogadores e são todos capazes de dar resposta em todos os momentos. Diomande e Maxi? É um contrarrelógio. Estamos a tentar ao máximo tê-los para as próximas jornadas. Não posso dizer o que poderá ser o próximo jogo.”
A situação de Diomande e Maxi foi classificada como “um contrarrelógio”. Rui Borges espera contar com eles nas próximas jornadas, mas não pode garantir a sua presença imediata. O técnico também mencionou outros jogadores, como Pote, Trincão e Zeno, como opções competentes para as bolas paradas.
Jovens Promessas e Liderança
Ryan Lucas: Um Futuro Promissor
“Vemos muito potencial e acreditamos nele. Para a equipa B seria um jogador mais maduro e capaz, apesar da sua tenra idade, de ajudar os miúdos que cá estão. É um miúdo de seleção, que à partida estará no Mundial de sub-20 daqui a um mês. Vamos potenciá-lo. Mas tem de perceber, e tem percebido, que tem vindo a crescer. Gosta de ouvir, perceber e trabalha muito bem. Mas está na adaptação à exigência do futebol europeu, exigência Sporting. Tem dado uma boa resposta nos treinos e treina a maior parte do tempo connosco. Apesar de ser novo, tem uma maturidade diferente. Está capacitado para dar uma boa resposta e acredito que, no futuro, poderá ser importante na equipa A. Mas é jogador de equipa B, veio no contexto de ajudar a equipa B. E nós, tentamos ajudá-lo para que no futuro se torne jogador da equipa principal. Tanto ele, como qualquer outro. Mas é um miúdo de seleção e isso já diz muito da qualidade que tem. Acreditamos no que pode vir a dar no futuro.”
Rui Borges manifestou grande confiança em Ryan Lucas, elogiando o seu “potencial enorme” e a maturidade precoce. Apesar de ser um jogador da equipa B, que se prepara para o Mundial Sub-20, o treinador vislumbra um futuro na equipa principal. O processo de adaptação ao futebol europeu e às exigências do Sporting tem sido positivo, com Lucas a demonstrar grande capacidade de aprendizagem nos treinos.
Morten Hjulmand: O Capitão Focado
“Está para jogo, supermotivado… É natural que se fale dele, é um grande jogador. Vejo-o focado no Sporting. Tem crescido imenso e é muito importante para a dinâmica da equipa. É o nosso capitão, um líder e está convocado para amanhã. Acredito que fará um bom jogo.”
O capitão Morten Hjulmand foi confirmado como apto e “supermotivado” para a partida. Rui Borges reconheceu o interesse no jogador, mas garantiu que o médio dinamarquês está totalmente comprometido com o Sporting, destacando a sua crescente importância e liderança no seio do grupo.
A Gestão do Balneário: Família e Exigência Máxima
“Temos conseguido gerir isso. Mas, por mais que queira, não conseguimos entrar a 100 por cento na mente dele. Mas a resposta tem sido boa. Acredito que mexa em alguns momentos com os jogadores, isso é natural. O Harder tem 20 anos, é natural… Se eu fosse ligar ao que se fala diariamente, não treinava. Todos os dias entram e saem jogadores, entram e saem propostas. Mas têm dado demonstração de que estão ligados a treino, a jogo, ao Sporting. Se mexe mais ou menos com eles, não consigo responder a isso. Mas sinto a equipa feliz, como sempre senti. Uma verdadeira família, não há egos. É normal que sejam cobiçados. Ser suplente? Só podem jogar 11… Faz parte. O jogador de futebol tem de se habituar a isso. Desde que tenha bons comportamentos diários, desde que respeite as soluções do míster. Sou um líder, tomo decisões e sei bem o que isso acarreta. O respeito esteve lá sempre. Têm é de dar o máximo. Se não o fizerem, nem 10 minutos jogam.”
Rui Borges abordou o impacto das especulações de mercado nos jogadores, admitindo que são naturais, especialmente para os mais jovens. No entanto, elogiou a dedicação da equipa, que se mantém “ligada a treino, a jogo, ao Sporting”. Destacou o ambiente de “verdadeira família” e a ausência de egos no balneário, considerando a cobiça pelos seus atletas um sinal de bom desempenho. O técnico foi claro ao afirmar que, independentemente do estatuto, exige sempre o máximo empenho, garantindo que “se não o fizerem, nem 10 minutos jogam.”
Vagiannidis: Adaptação e Futuras Oportunidades
“Têm dado todos essa resposta, para poderem jogar e ser titulares. O Vagiannidis foi uma contratação nossa, é natural que se especule se vai ou não jogar. Vejo-o feliz por estar aqui e já disse isso a semana passada. Saiu do habitat dele, do seu país, veio para uma exigência diferente. Tem tido esse crescimento diário, adapta-se muito bem. Às vezes ainda está meio tímido e isso nota-se. Mas vai estar preparado para as decisões do míster. E volto a dizer: agora ainda estamos a jogar de semana a semana, depois vamos jogar de três em três dias. E aí todos vão ter de jogar. Não há outro remédio. Ninguém é robô, são todos seres-humanos. E todos eles vão ser titulares aí. O Vagiannidis, o Ivan [Fresneda]… O Vagiannidis entrou ao intervalo porque o jogo estava mais confortável, Fresneda já tinha amarelo… Optámos por essa variante. Dois jogadores que estão preparados e têm dado boa resposta.”
O treinador falou também sobre Vagiannidis, uma “contratação nossa” que se encontra em processo de adaptação a uma nova realidade e exigência. Reconheceu uma timidez inicial, mas mostrou-se confiante na sua evolução e na sua preparação para as futuras decisões. Rui Borges sublinhou que, com o calendário mais intenso que se avizinha, todos os jogadores, incluindo Vagiannidis e Fresneda, terão o seu espaço e serão “titulares” em momentos distintos da época.